Com o fim do ano de 2010, começamos a lembrar tudo que foi notícia durante seus 365 dias, e como tivemos acontecimentos.
Empresas novas surgiram, empresas experientes se complicaram e algumas até cessaram operações. Um numero considerável de acidentes e incidentes afetaram familiares e profissionais da área. Novas aeronaves foram reveladas e fizeram seus primeiros voos, enquanto outras se complicaram e atrasaram.
Tudo isso e mais um pouco, você confere agora na Retrospectiva 2010 do Flight Life.
O ano de 2010 foi muito positivo para as aéreas que aqui operam. A Gol/Varig comemorou um aumento considerável no número de passageiros, recebeu novas e modernas aeronaves da Boeing e iniciou novos voos domésticos e internacionais, como os voos regulares para Punta Cana.
Em abril, a Oceanair virou Avianca Brasil, recebeu seu primeiro A319 e iniciou novos destinos.
A Azul cresceu mais que o esperado, incorporou novas aeronaves da Embraer e recentemente recebeu o primeiro ATR72-200 enquanto os -600 não chegam.
A Webjet também incorporou novas aeronaves e iniciou novos destinos, alem de inaugurar seu serviço de bordo pago, o buy-on-board.
A TAM começou 2010 com novidades administrativas, tomando posse o novo presidente, Líbano Barroso. Alem de novas aeronaves e destinos, a companhia anunciou, em maio, sua entrada oficial para a Star Alliance, porem, o fato mais marcante para a empresa em 2010, foi o anúncio da fusão com a chilena LAN.
Nas regionais, a Trip recebeu aeronaves da Embraer e ATR, continuou expandindo sua malha e mantendo-se como líder em número de destinos nacionais, alem de confirmar pedido de compras para o Embraer 190.
O mercado brasileiro viu o surgimento de novas companhias, a Whitejets chegou operando com aeronaves A310 em fretamentos nacionais e internacionais.
Em abril, a Puma Air iniciou voos nacionais e recentemente voou pela primeira vez para Angola, na costa africana.
O mercado ainda viu a promessa de chegada de duas novas companhias, a Mais Linhas Aéreas e a Laguna, que passam por certificação da ANAC.
Por fim, a NOAR, sediada em Caruaru, iniciou suas operações com aeronaves LET410 e firmou codeshare com a Gol.
No segmento cargueiro, vimos a chegada de duas novas companhias, a CargoBIS e a Sideral Air Cargo.
Alem da fusão da TAM com a LAN, o mundo recebeu com entusiasmo a união de diversas companhias internacionais. A British Airways e a Iberia, finalmente finalizaram a fusão anunciada em 2009, criando a segunda maior companhia europeia.
Vimos também o surgimento da maior companhia aérea do mundo, fruto da fusão da Continental e da United Airlines, criando a chamada “United”, que terá uma frota de 700 aeronaves e atenderá 370 destinos.
Enquanto novas companhias surgiram, outras deixaram de operar. A Northwest, foi completamente incorporada pela Delta e a japonesa JAL declarou falência, demitiu funcionários, cancelou rotas e atualmente passa por uma reformulação.
A Mexicana também fechou suas portas, deixando de ser uma das principais companhias aéreas do México.
Companhias aéreas internacionais se beneficiaram com suas operações em território brasileiro.
A portuguesa TAP, firmou-se como a companhia estrangeira com mais participação no Brasil, aumentando frequências de voos e criando novos destinos, como Campinas.
A Iberia também aumentou suas frequências e anunciou que irá voar para Recife a partir desse novo ano.
Em junho, a Qatar iniciou seu voo direto entre Doha e São Paulo, com promessa de expansão para 2011.
No começo do ano, tivemos a primeira visita do Antonov 225 Mryia, que trouxe peças para uma refinaria de petróleo da Petrobrás.
O Legacy, envolvido no acidente com a aeronave da Gol em 2006, foi comprado e devolvido para uma empresa executiva americana.
Em abril e maio, a Europa viveu o caos nos voos, causado pela erupção do vulcão islandês, Eyjafjallajokull. Alem dos transtornos, o vulcão causou um prejuízo de cerca de $200 milhões para as companhias.
No final do ano, o inverno intenso no hemisfério norte causou atrasos e cancelamentos na Europa e Estados Unidos, devido às nevascas.
2010 foi um ano de altos e baixos na fabricação de novas aeronaves.
A russa Sukhoi enfrentou problemas nos testes do Superjet 100 e teve de anunciar um atraso nas primeiras entregas. Com isso, potenciais compras foram canceladas, como a da Alitalia, que optou pela Embraer.
A Boeing, teve diversos problemas no desenvolvimento e nos testes do 787, forçando o anúncio de mais atrasos em uma aeronave que deveria ter sido entregue à dois anos atrás. Esses atrasos são frutos de problemas, nos motores da Rolls Royce, e no sistema de gerenciamento de energia, após uma fumaça a bordo, que suspendeu o programa de testes por quase um mês, não descartando outro atraso.
Mas nem tudo são problemas para a Boeing, em fevereiro, a fabricante comemorou o primeiro voo do cargueiro 747-8F.
A Airbus também um ano dividido. Em abril, o cargueiro A330F recebeu certificação da EASA e já opera por companhias asiáticas e europeias. Alem disso, a fabricante anunciou o desenvolvimento do A320NEO, nova versão da famosa família de narrowbodies, que trará melhorias e um menor consumo de combustível.
Porem, no final do ano, a fabricante enfrentou problemas com o gigante A380, após um acidente com um dos motores Trent 900 da Rolls Royce, que equipava uma das aeronaves da Qantas.
A aviação executiva teve boas novidades durante o ano. A Embraer certificou e entregou o primeiro Legacy 650, aeronave da categoria large jets e sucessor do Legacy 600.
A Cessna anunciou o desenvolvimento do Citation Ten, evolução do Citation X e que oferecerá mais capacidade, conforto e economia de combustível.
Não ficando atras, a Bombardier anunciou, em outubro, o desenvolvimento dos jatos Global 7000 e Global 8000, oferecendo maior capacidade e maior alcance, respectivamente.
A segunda metade do ano viu um novo capitulo no já controverso caos brasileiro da aviação. O excesso no limite da carga horaria das tripulações de diversas companhias, causou atrasos, cancelamentos, multas e stress para passageiros.
Tudo teve início quando a Gol/Varig atrasou e cancelou diversos voos no final de julho, começo de agosto, devido ao excesso na jornada de trabalho de seus tripulantes.
Uma semana após, foi a vez da Webjet sofrer do mesmo problema e, no final de novembro, a TAM enfrentou a mesma situação.
Alem de pagar uma multa para a ANAC, as três companhias tiveram suas vendas de passagens proibidas temporariamente até que as situações fossem resolvidas.
O final de 2010 tinha tudo para ser conturbado para passageiros, companhias aéreas e funcionários, devido a um impasse entre aeroviários, aeronautas e o sindicato das empresas aéreas, o que gerou ameaça de greve para o periodo natalino.
Porem, após intervenção da justiça, a greve foi suspensa e, apesar dos transtornos, o Natal não teve maiores problemas para passageiros.
Para este começo de 2011, aeronautas e aeroviários prometem continuar a luta por melhores salários e benefícios.
Apesar dos transtornos, incidentes e acidentes, o ano de 2010 foi positivo para a aviação brasileira e internacional. Vimos um aumento significativo no numero de passageiros e voos. Fabricantes anunciaram novas aeronaves e companhias demonstraram entusiasmo com as novas tecnologias empregadas no setor.
Esperamos que em 2011 e principalmente no Brasil, possamos ver um avanço não só das companhias, mas também das autoridades que cuidam da infraestrutura aeroportuária e do sistema de trafego aéreo.
Que o novo governo possa pensar seriamente em investimentos pesados para a aviação brasileira, e nossos aeroportos, pensando não na Copa de 2014, pois se continuar do jeito que esta, não chegaremos nem a 2012 sem nenhuma crise aérea grave no setor.
Deixamos 2010 para trás, torcendo para que, agora em 2011, a aviação mantenha um rumo ascendente, trazendo melhorias e benefícios para nossos passageiros.
Nos vemos já, sempre aqui no Flight Life.
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